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Pipa gigante é capaz de rebocar navios cargueiros



Uma solução original para um problema que estava custando caro ao bolso e à saúde do planeta. Você nem imagina o que os alemães inventaram para combater o alto preço do transporte em alto-mar e a poluição produzida pelos navios: uma pipa.



Ao todo são cinco navios cargueiros no mundo inteiro que usam a força do vento puxado por pipas gigantes. A pipa puxa o navio com a força de duas turbinas de um avião de passageiros a jato, tipo um A320. A pipa tem a mesma largura das asas de um A320, e 2.700 cavalos de força. Para conseguir a mesma força com um navio a vela convencional, seria preciso velas 50 vezes maiores.
O inventor é o alemão Stephan Wrage, que teve a idéia soltando pipa. É a maior inovação em uso do vento para a navegação, desde os portugueses. Parece simples, mas é uma tecnologia sofisticada. Cada vela é fabricada artesanalmente em tecido superleve e resistente, como o de pára-quedas. Mas o segredo está em uma corda feita de uma fibra sintética, muito leve, usada também para fazer próteses e coletes à prova de balas. É 15 vezes mais forte do que o aço. É a fibra mais forte no mundo e só com ela é possível, porque com outros materiais, que seriam muito mais pesados, a pipa não voaria.
No navio, a pipa quase não ocupa espaço. Ao chegar ao mar aberto, é puxada para fora por um mastro. Daí é só esperar ela se abrir e dar linha. A pipa pode subir a até 500 metros. De baixo, um computador faz as vezes de piloto automático, determinando o caminho da pipa de acordo com o vento e a direção que se quer. O computador fica sempre movimentando a pipa de um lado para o outro. É como quem solta pipa e puxa a linha para ela ganhar velocidade. Assim, o ar passa por dentro da pipa a 200 km/h. É a força de um super furacão. A pipa não dispensa os motores, mas faz boa parte do trabalho deles, que podem ser reduzidos.


A economia de energia depende da força do vento. No Mar do Norte, onde o vento é constante e muito forte, essa economia pode chegar a 30%. A empresa espera fabricar mais de 10 mil pipas até 2020, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos navios que não são poucas. Se a frota mercante de todos os mares fosse um país, seria o sexto maior emissor do mundo.
A pipa não dispensa os motores, mas faz boa parte do trabalho deles, que podem ser reduzidos. É uma solução para combater o alto preço do transporte em alto-mar e a poluição produzida pelos navios.


Por Leonardo Olendzki e Ricardo Pillar

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